(Foto: Rafael Ribeiro / CBF)

Na próxima sexta-feira, 10, o técnico da seleção brasileira, Dorival Jr., fará a sua segunda convocação à frente da seleção brasileira. E desta vez, é mais importante, pois o plantel irá disputar não só os amistosos contra México e Estados Unidos no início de junho, mas também será a lista que irá disputar a Copa América.

É difícil saber exatamente o que esperar desta segunda convocação do Dorival. Afinal, a primeira teve muitos jogadores jovens e vários estreantes com a amarelinha. É natural, e foi importante ele ter feito testes na sua primeira convocação, mas para uma competição continental, uma Copa América, também é importante ter peças mais experientes e com vivência de seleção.

A maior parte do torcedor brasileiro diz só se importar com a Copa do Mundo, mas qualquer um sabe que um resultado ruim no torneio irá levantar diversas críticas e questionamentos ao trabalho do treinador, por mais recente que ele seja.

A Copa do Mundo é o mais importante e a seleção não pode nunca negligenciar a sua importância, mas ganhar a Copa América também seria muito importante para trazer confiança e respaldo ao trabalho de Dorival Jr.. Com tudo isso em mente, essa seria a minha lista de selecionados para a Copa América.

Goleiros

(Foto: Arquivo pessoal)

• Alisson (Liverpool)

• Ederson (Manchester City)

• Bento (Athletico Paranaense)

Há pouco a se dizer sobre os goleiros, porque não restam mais dúvidas. Hoje, este é o trio de goleiros da seleção brasileira. Alisson e Ederson atuam no mais alto nível em seus clubes, e estão entre os principais goleiros do mundo há bastante tempo, portanto são incontestáveis, indiscutíveis na seleção. O debate sempre foi em relação ao terceiro goleiro, que mudou algumas vezes nos dois últimos ciclos. Agora, depois da última data FIFA, não tem como o Bento ficar de fora.

Em março, Bento foi convocado, tecnicamente, pela segunda vez, mas ele teve a sua primeira chance de estar junto ao grupo, já que ano passado ele foi cortado por lesão. Não só ele esteve junto à delegação, mas também foi titular nas duas partidas, já que tanto Alisson como Ederson estavam machucados. E ele aproveitou a chance que teve.

Além de ter feito boas defesas, principalmente no segundo jogo, contra a Espanha, o principal foi a segurança que Bento conseguiu passar. Em momento algum pareceu que o Brasil estava usando seu terceiro goleiro por falta de opção. Então mais uma vez é bom ressaltar, a seleção está muito bem servida de goleiros, e o trio está praticamente definido.

Laterais

(Foto: Reprodução / X)

• Danilo (Juventus)

• Yan Couto (Girona)

• Samuel Lino (Atlético de Madrid)

• Wendell (Porto)

Durante todo o último ciclo, muito se falou sobre as laterais como um setor carente. Apesar de termos tido sempre dois grandes jogadores como titulares (sendo eles Danilo e Alex Sandro), sempre faltaram opções a altura, principalmente pensando em diferentes características de jogo. Isso não mudou, ainda não temos nomes de “encher os olhos” para a posição, mas isso também não quer dizer que não há opções.

Na última data FIFA, o Danilo teve uma ótima atuação, que foi importantíssima por ter passado um recado. O recado de que ele ainda é parte fundamental da seleção brasileira. Um jogador muito técnico, inteligente e que tem uma leitura de jogo que poucos têm dentro do elenco. Ele sempre foi vítima de críticas injustas, por talvez não ter um estilo que agrade tanto o torcedor brasileiro, mas ele deu mais uma prova de que é um grande jogador.

Para completar a lateral direita, não há muita disputa com o Yan Couto. Apesar de ter tido uma oscilação de desempenho em determinado momento, ele fez uma temporada excelente com o Girona, e quando entrou em campo pelo Brasil, ainda com Fernando Diniz, nas Eliminatórias, se saiu muito bem, jogando com muita personalidade.

A lateral esquerda ainda é um pouco mais carente. Wendell também fez uma grande temporada, e teve uma boa atuação na última data FIFA, apesar de não ter sido brilhante. A segunda vaga já está mais em aberto. Da última vez, Dorival optou por Ayrton Lucas, que sequer entrou em campo, e desde então tem perdido espaço no Flamengo com a chegada de Matias Viña. A minha opção seria o Samuel Lino, do Atlético de Madrid.

Carlos Augusto foi utilizado nas Eliminatórias e atuou bem, Guilherme Arana continua bem no Atlético Mineiro e pode até ser considerado uma opção mais segura, mas é válido optar por um jogador que fez uma grande temporada na Espanha, e que tem enorme potencial de crescimento visando o resto do ciclo, ainda que pelo Atleti ele atue mais como um ala e não exatamente como lateral.

Zagueiros

(Foto: AFP

• Beraldo (Paris Saint-Germain)

• Bremer (Juventus)

• Gabriel Magalhães (Arsenal)

• Marquinhos (Paris Saint-Germain)

A defesa foi uma grande preocupação antes das últimas partidas da seleção, mas os jogadores que atuaram surpreenderam positivamente. Beraldo foi muito bem, claramente não sentiu o peso de jogar com a amarelinha e mostrou que tem tudo para ser um dos principais jogadores da posição em um futuro não muito distante. E Fabrício Bruno teve duas atuações irretocáveis na última data FIFA, entretanto, eu não o levaria para a Copa América, por alguns motivos.

Primeiro, a fase do Flamengo piorou consideravelmente, não só em resultados, mas também em nível de atuação. Além disso, ele é mais velho que o Beraldo. Com 28 anos, é difícil ver uma grande margem de evolução, pensando neste e nos próximos ciclos. Bremer é um ano mais novo, atua em um nível mais alto, na Juventus, e também faz uma ótima temporada. É um nome mais confiável para se ter no elenco.

É bem possível que Dorival leve o zagueiro à Copa América, o que seria coerente com o trabalho dele. Afinal, Fabrício foi titular em duas partidas enquanto Bremer foi reserva e atuou apenas por alguns minutos contra a Inglaterra. Ainda assim, comparando jogador por jogador, o zagueiro da Juventus larga em vantagem.

Meio-campistas

(Foto: Mark Metcalfe / FIFA)

• Andreas Pereira (Fullham)

• Bruno Guimarães (Newcastle)

• Casemiro (Manchester United)

• Douglas Luiz (Aston Villa)

• João Gomes (Wolverhampton)

• Lucas Paquetá (West Ham)

A fase do Casemiro é péssima. É fato que quase ninguém vive boa fase no Manchester United nos últimos anos, mas principalmente nas últimas partidas ele vem se destacando negativamente. Ainda assim, em uma competição continental, é muito importante ter jogadores experientes, mais do que isso, lideranças dentro do elenco. E mesmo que não seja titular, e a tendência é que não seja, é importante ter alguém como o Casemiro na Copa América.

A boa notícia, é que ele pode não ser tão necessário em campo. Que fique claro: mesmo não estando em plena forma ou no seu mais alto nível de atuação, o Casão pode ser importante em determinadas situações de jogo. Mas nas últimas duas partidas, principalmente contra a Inglaterra, o meio-campo da seleção teve um desempenho muito sólido.

Quem atuou na função de primeiro volante nos últimos jogos foi o Bruno Guimarães, que não tem uma característica tão forte de marcação, mas que exerceu mais a função de um “Regista”, qualificando a saída de bola. O jogador que tem um estilo mais agressivo, que está mais acostumado a proteger a área é o João Gomes, que jogou um pouco a frente do Bruno, e apesar de não ter ido tão bem contra a Espanha, teve ótima atuação contra a Inglaterra. 

Em plena forma, Casemiro poderia exercer qualquer uma das duas funções, mas podemos dizer que o meio-campo da seleção não depende dele. Sobre os outros jogadores, Douglas Luiz foi pouco utilizado, mas fez uma ótima temporada e merece continuar no elenco. Andreas Pereira foi muito bem quando entrou em campo, e fez a jogada do gol da vitória contra a Inglaterra. E o Paquetá é o principal meio-campista brasileiro há bastante tempo, e isso ficou bem claro nos últimos jogos.

Atacantes

(Foto: Catherine Ivill / Getty Images)

• Endrick (Palmeiras)

• Gabriel Martinelli (Arsenal)

• Gabriel Jesus (Arsenal)

• Raphinha (Barcelona)

• Rodrygo (Real Madrid)

• Vini Jr. (Real Madrid)

Para o ataque, apesar de termos muitas opções à disposição, com a última data FIFA, alguns nomes saíram claramente à frente. Rodrygo é hoje o principal jogador da seleção brasileira, e deve ser o camisa 10 da equipe na Copa América. Vini Jr., por outro lado, ainda tem bastante dificuldade de apresentar seu melhor futebol com a camisa da seleção. Ainda assim, ele é um dos melhores jogadores da temporada, vem forte na briga pela Bola de Ouro, e é impossível deixá-lo de fora. E apesar das críticas, Raphinha é importante para a equipe, vive um bom momento no Barcelona, e também não vai ficar fora da lista.

Estes foram os titulares nos últimos jogos, mas outro jogador que carimbou sua vaga na última data FIFA foi o Endrick. Tendo marcado dois gols nos últimos dois jogos, mesmo com 17 anos, Endrick conquistou sua vaga na seleção. A Copa América irá marcar um período importante de transição na carreira dele, afinal, depois do torneio ele já vai ao Real Madrid, e o mundo estará de olho no que ele pode fazer durante a competição.

Em relação às últimas duas vagas, Martinelli estava na primeira lista do Dorival, mas precisou ser cortado por lesão. Ainda assim, levando em conta a temporada dele pelo Arsenal, que ainda briga pelo título da Premier League, e o desempenho dele quando teve a oportunidade de jogar pelo Brasil, não há motivos para ele não ser convocado. E a última vaga fica entre Gabriel Jesus e Richarlison. Ambos têm bons números na temporada, mas o atacante do Arsenal é mais técnico, e tem mais experiência pela seleção brasileira.