(Foto: Vitor Silva / Botafogo FR)
A primeira convocação de Fernando Diniz na seleção brasileira para os confrontos contra Bolívia e Peru, 8 e 12 de setembro respectivamente, foi de poucas novidades e manteve boa parte da espinha dorsal do último ciclo.
Porém um fato importante que foi notado e causou discussões, foi a ausência de atletas do líder isolado e principal equipe do ano, o Botafogo.
Ao ser perguntado do porquê de não ter nenhum jogador do líder presente na lista final, Diniz respondeu:
Existia uma expectativa no publico futebolístico que nomes como Lucas Perri, Adryelson e Tiquinho Soares pudessem receber uma oportunidade na canarinho.
Lucas Perri é provavelmente o goleiro mais em alta no momento, ao mesmo tempo que seu concorrente, Bento do Athlético Paranaense, além de também desempenhar em alto nível, já era um nome esperado para este ciclo como terceiro goleiro, a princípio.
Adryelson, que para mim é o segundo melhor jogador do Botafogo no ano, merecia sim uma chance de pelo menos como quarta opção, e se possível ter minutagem. Nino e Ibañez, que de fato entram no quesito de bagagem de seleção como Fernando Diniz mencionou. A convocação de Nino me parece ser uma escolha de confiança vinda do trabalho no Fluminense, já que esta temporada está sendo um pouco abaixo em relação a outros anos. Ibañez, acredito que poderia ser colocado em "espera", já que por não ser um atleta extra-classe, seria interessante esperar seu rendimento na Arábia Saudita por conta da "dúvida" de qual será o nível da liga saudita após a histórica janela de transferências do país do Oriente Médio.
O último citado, Tiquinho Soares, de acordo com o que foi informado por Lucas Musetti pelo UOL, estava presente nas pré-listas de Diniz. Por conta do alto desempenho que ele apresentou até o momento na temporada, com certeza seria um nome até para ser titular, visto que as opções convocadas para a posição (Matheus Cunha e Richarlison) estão com atuações aquém de nível de seleção há algum tempo.
Sem dúvidas, sem a lesão de entorse no joelho do Tiquinho, essa discussão nem estaria acontecendo por conta da unanimidade do centroavante do Botafogo nesse brasileiro.
Algumas pessoas levantaram a questão de que o estilo coletivo do Botafogo é muito mais relevante ao momento do time do que por conta de destaques individuais. Claro que essa questão tem sim seu impacto, visto que nomes como Tchê Tchê, Gustavo Sauer e Marlon Freitas como exemplos, não monstraram até o momento em suas carreiras, serem jogadores de nível para representarem a seleção brasileira, mas que dentro do sistema tático do clube carioca, suas atuações correspondem à boa fase (que dura desde o ínicio do Brasileirão) da equipe.
Um outro momento que esquentou essa discussão foi quando o lateral Rafael, com passagens por Manchester United e Lyon, e que atua hoje em dia no Botafogo, fez um comentário em uma rede social dizendo que por conta de situações como essas (do líder não ter nenhum jogador convocado) que o campeonato brasileiro não é valorizado. Acontece que essa pauta de que destaques no campeonato brasileiro não são "valorizados" na seleção já vem de alguns anos, principalmente com o domínio de algumas desde 2018.
Nomes como Raphael Veiga, Hulk, Gabigol, Bruno Henrique, Dudu e alguns outros destaques receberam poucas ou nenhuma oportunidade. Ao mesmo tempo, em contrapartida, tivemos sim alguns destaques que receberam chances claras, como Weverton, Guilherme Arana e Éverton Ribeiro.
Claro que toda lista vai ter discordâncias, mas na minha visão Diniz poderia sim arriscar mais "novidades" para a estreia da Eliminatórias mais acessível de todos os tempos, já que teremos seis das dez seleções se classificando diretamente, além de uma vaga para repescagem.